Monthly Archives: Novembro 2013

orientação vocacional

Professor de natação. Nadador-salvador. Futebolista. Stripper. Tudo carreiras que o meu filho poderá escolher, com base no seu grande amor, aquele que transforma o mais negro humor no sorriso mais aberto: estar de pernas ao léu.

you know nothing, john snow

A quantidade de copianço que se vê nos exames de medicina era suficiente para vos converter à homeopatia.

é isso e as tábuas do outro

Aviuez, meu, já toda a gente que está a ver o pugrama desistiu de fazer o teu prego. É o truque para irem ao Cantinho comê-lo, né?

mudar de rumo

Passámos a barreira dos 3 meses e as coisas parecem estar a melhorar. Mas tão pouco tempo já chegou para perceber que andei anos a cuspir para o ar e que agora anda a chover torrencialmente por estes lados. Ah gozaste com os baloiços eléctricos que pareciam naves espaciais e custavam tanto como um pequeno carro? Então pega lá um puto que só adormece se vigorosamente abanado. Ah babetes não que são feias e deixam os putos com ar de totós? Então pega lá uma criança que produz mais baba que aquele cão do filme do Tom Hanks. Enfim, um sem número de coisas que, felizmente, não são sérias e nos deixam rir de nós.

Mais sério foi perceber como estava mal preparada a nível filosófico. Achar que sabia como queria fazer as coisas e perceber depois que há alternativas que, antrolopológica, fisiológica e sentimentalmente falando, me dizem muito mais, fazem muito mais sentido e são muito mais próximas daquilo que queremos ser enquanto pais. Eu não sabia nada.
Não sabia o que dizia quando falava da importância de deixar um bebé chorar para aprender a acalmar-se e a adormecer porque não sabia como é dilacerante ouvir o meu bebé chorar desesperado, minutos sem fim. Não sabia o que dizia quando pensava amamentar até aos 6 meses e mais não. Nem o que era lidar com um bebé que não gostava e não sabia dormir e que nos levou a fazer as pazes com muitos tabus sociais e a abraçar o nosso instinto.
Descobrimos o pediatra Carlos Gonzalez e a psicóloga Rosa Jove e com os livros de ambos mudámos de rumo. Não conseguimos chegar aos extremos do co-sleeping, mas temos a cria no quarto com o berço em side-car e sem data de marcha. Planeamos amamentar até que ele complete 1 ano, fazer baby led weaning e, se possível, continuar a amamentar até aos 2 anos, para escapar ao recém crucificado leite de vaca. Planeamos deixá-lo encontrar as suas rotinas, aprender a gostar de dormir e de comer e dar-lhe muito mimo e muito colo e toda a segurança que ele sinta precisar. Passámos da defesa do cry it out à do wait it out – afinal, o nosso bicho traz dentro dele as ferramentas de que precisa para aprender a funcionar no mundo, nós só temos de ser a rede debaixo dos seus pés.

Eu não sou a mãe que dizia que ia ser, porque eu não sabia o que era isto de ser mãe. E prometi que não dizia e não vou dizer. Porque vocês se calhar sabem. Mas eu não sabia.