Monthly Archives: Agosto 2013

felipa vacondeus volta, estás perdoada

Os apresentadores portugueses do 24Kitchen dão-me vontades de serra eléctrica.

amnésia materna

Podia vir contar como está a ser difícil isto de ser mãe. Como foi horrível a epidural e como dela resultou uma picada acidental da dura, que em português significa dores de cabeça insuportáveis sempre que me punha de pé, durante duas semanas. Duas semanas com um recém-nascido e a obrigação de repouso, 3 cafés por dia mais sei lá quantos comprimidos de aspirina com cafeína porque a cafeína é a terapêutica para a tal perfuração.
Podia vir falar da virose que apanhei mal se sumiram as tais dores de cabeça e que me fez ter febre pela primeira vez em mais de dez anos e dores no corpo como se me tivessem dado porrada – não fosse não ficar satisfeita com as dores da cesariana.
Podia dizer que o meu filho, que já dormiu cinco horas seguidas, anda agora a dormir sestinhas de duas horas há já várias noites e que eu ando a desesperar com esta tortura de privação de sono.

Isto de ser mãe é, ainda, a melhor e a pior coisa do mundo. E depois ele sorri pela primeira vez e, como se fosse magia, passa a ser só a melhor.

(é bom que sorrias muito hoje, puto, estamos todos a precisar)

foda-se

Às duas semanas sem estar grávida tinha menos 9kg. A barriga terá sempre as marcas de lá dentro se ter feito vida e fico feliz por isso não me angustiar. Tudo bem, tudo lindo, toda feliz. Até ir ao mercado e o velhote dos legumes me perguntar quando é que nasce a criança.

o lobby dos arrotos

Os arrotos são uma seca. Sobretudo a meio da noite, quando o puto adormece na mama, o sonho de qualquer mãe morta de sono (o que eu dava por uma noite completa!), e nós, em vez de o transferirmos cuidadosamente para o berço, darmos graças aos santos e cairmos redondas, temos de os pôr ao alto para arrotar. O puto acorda, demora meia hora a arrotar e mais meia a adormecer outra vez. Se tivermos sorte.
Não se percebe. Tanta evolução, tanto andar para a frente, caudas e dentes do siso a desaparecer, um dia destes até o mindinho do pé, e depois é isto. Estes modelos modernos deviam vir com uma válvula para libertar o ar. O puto mamava, rodava-se a válvula ou tirava-se o pipo tipo pneu de bicicleta e pronto, pfffffff. Eu até pagava mais pelo upgrade, na-bou-a.

momento josé rodrigues dos santos

(ou a São João foi de férias e alguém tem de a substituir)

Já posso fazer sopa de peixe com leite das mamas.

é que só muda o bicho

A minha criança foi hoje à pediatra pela primeira vez. Ao fim de 10 minutos já tinha feito duas mijadelas e uma grande bolsada na marquesa. Depois venham-me dizer que pediatria não é veterinária, venham.

admirável mundo novo

Uma semana de ti e ainda te estamos a aprender. És um bebé calmo e relaxado, que só se queixa quando tem razões para tal. Mesmo assim, nem sempre é fácil e já tivemos as nossas noites – tu a chorar para um lado, eu a chorar para o outro e o pai no meio, a manter o forte de pé. Fazer isto a dois é tão mais fácil, bebé. Quatro mãos e dois corações cheios de amor, quatro olhos cheios de sono. Um pai e uma mãe perdidos por ti.

Gosto que sejamos pais calmos, também. Não temos de estar sempre a olhar para ti. Vamos à cozinha aquecer o jantar e deixamos-te sossegado a dormir na sala, sob o olhar dos gatos que ainda não sabem bem que bicho és. Deixamos-te adormecer sozinho quando estás calmo e conversamos contigo até adormeceres quando não estás. Sabemos que o mimo é tão importante como o leite e que também é nossa função fazer-te sentir seguro cá fora.

Vamos dando passos pequeninos todos os dias e já temos saudades do que vai ficando para trás. Há uma semana não éramos pais. Hoje já não sabemos ser outra coisa.

amor de pais II

Somos pais há uma semana e já confirmaste todas as minhas certezas. És o melhor pai e o melhor marido do mundo e eu sou infinitamente mais feliz por te ter ao meu lado.