Monthly Archives: Junho 2014

coisas que enchem o coração

Ele a dançar com o nosso filho ao colo, a embalá-lo ao som do Killing me softly. Cantado por ele.

snobismo rural

Eu não sei como é que se vive nas grandes cidades, condenado à fruta e legumes das grandes superfícies. Hoje provei um figo de supermercado e tive de verificar duas vezes para ter a certeza que não era daqueles de plástico.

o admirável mundo (sempre e cada vez mais) novo

Estou aqui sentada no chão da casa de banho, a olhar para o meu filho que está dentro da banheira. O meu filho que faz 11 meses no domingo. Passou depressa e tão devagar, às vezes. Foi tão grande o desespero de algumas noites, tão esmagadora a impotência, tão maravilhosos os sorrisos.
Aos 11 meses está tão crescido. Já fica em pé sozinho e já ensaia passos aqui e ali, sem mãos e sem rede. Já fala, coisas soltas, mamã a pedir socorro seja a quem for, aiá a pedir água onde quer que a veja – para chafurdar, claro está, não para beber. Já sabe comer a sopa sozinho, de colher, ainda que precise de alguma ajuda porque se distrai a meio. Diz olá aos gatos, dá-lhes e rouba-lhes comida, puxa-lhes o pelo as orelhas e o rabo. Só conta um arranhão, para já, e bem merecido. Vai dormindo melhor embora ainda me desespere algumas noites. Tem um dente e meio e come de tudo, troca qualquer bolacha por fruta (especialmente morangos, cerejas e damascos, mas gosta de todas) e adora frango. Sorri e seduz e refila e ralha quando as coisas não são como ele quer. Estaria todo o dia dentro de água e os meus banhos agora são sempre assim, a dois. Ponho a tampa na banheira e quando acabo o duche rápido ele lá fica mais meia hora. É duro e cansativo e testa-nos a paciência todos os dias. É independente e explorador e enfrenta os seus medos todos os dias. É mais maravilhoso do que alguma vez imaginei.

do que se faz a coragem

O meu filho tem medo da máquina de lavar roupa. E o meu filho adora água. Cá em casa, junto à máquina, está a taça de água dos gatos. Há dias estivemos meia hora junto à máquina, com ele a avançar um passo e recuar outro, a desafiar o seu medo para tentar alcançar a água. Lentamente foi indo, sempre a olhar para trás para ver se eu lá estava, às vezes a correr-me para o colo quando o medo era maior que ele. Nunca desistiu.
Nesse dia o meu filho chegou à água. Não perdeu o medo da máquina, até porque ela faz barulhos estranhos quando está ligada. Ver aqueles 10 meses de gente, pouco mais de meio metro, a enfrentar os seus medos encheu-me de orgulho. Ajudá-lo a crescer é isto, ser porto seguro e rede para quando ele explora, testa os seus limites, enfrenta os papões.

(este blog anda cheio de textos banais. mas estes são os momentos mais bonitos de que se anda a fazer a minha vida e eu quero registá-los para não os esquecer)

as maravilhas da maternidade

Já me tinha acontecido encontrar coisas dentro de legumes. Terra, normalmente. Lesmas, piolhos, caracóis às vezes. Ímans do frigorífico foi a primeira vez.